MENTES CORROMPIDAS
"Mas receio que, assim como a
serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam corrompidas
as vossas mentes,
e se apartem da simplicidade e pureza
devidas a Cristo".
2 Coríntios 11:3
por Severo Miguel de Oliveira
Lamentavelmente, vivemos dias de grande afastamento dos
princípios bíblicos e da simplicidade que há em Cristo, parecendo até que
estamos tendo um pesadelo. Muitos dos princípios bíblicos que a bem pouco tempo
eram cridos como a pura verdade “entre nós”, agora, devido as fortes
influências das grandes denominações, estamos perdendo de vista o que é puro e
verdadeiro, e o pior, deixando que falsas doutrinas e certos costumes absurdos
entrem nas igrejas locais como coisa normal. Contudo, desejo destacar neste
artigo, algumas coisas elementares.
O PRINCÍPIO DENOMINACIONAL
Nenhum princípio denominacional faz parte da vontade de
Deus. Não julgamos, com isto, a questão da salvação das pessoas que fazem parte
delas, pois muitas lá permanecem por completa ignorância quanto à verdade,
todavia não podemos admitir um sistema que está fora do propósito de Deus.
Quando em seu início, a igreja de Corinto teve completa
desaprovação do apóstolo Paulo, chegando a chamar de carnais aqueles crentes
(1Co.1:10-13; 3:1-4) que, pelas suas atitudes, estavam se dividindo em grupos e
dando nomes a estes, dividindo assim a igreja em facções conforme a preferência
de cada um.
Havendo a raiz, logo alguém tinha interesse em torná-la
pública e oficial. Foi o que aconteceu por volta do ano 306 da era cristã, a
“igreja” se uniu ao Estado por meio da suposta conversão do imperador
Constantino ao cristianismo, dando assim origem a denominação que hoje
conhecemos como “Católica Romana”. Deixando os princípios bíblicos, passou a
seguir as tradições meramente humanas, desviando-se do verdadeiro Caminho, não
deixando dúvida que a referida denominação se tornou a mãe das denominações da
cristandade, pois, direta ou indiretamente, todas saíram dela trazendo
explicitamente a sua marca, como o exemplo a seguir:
UMA SEDE COM UM GOVERNO HUMANO
CENTRALIZADO
A organização romana tem sua sede universal, bem como,
nacional, estadual e regional, que exige que cada uma tenha um sistema
“hierárquico” onde o homem rege como cabeça dando as diretrizes para o
funcionamento da organização. Logo, a sede é terrena, o governo é humano e
Cristo está posto do lado de fora, o que se enquadra muito bem com a igreja de
Laodicéia (Ap. 3:20).
O mesmo acontece nas diversas denominações da
cristandade, pois, cada qual, com pequenas diferenças, segue o mesmo sistema da
“mãe”. Neste aspecto, é muito sugestivo Apocalipse 17:5, tendo em vista que
nestes últimos dias a Grande Babilônia está em franco desenvolvimento buscando,
através do ecumenismo, a unificação de todas as denominações. Creio que não
será possível isto se consolidar enquanto a verdadeira Igreja de Cristo não for
arrebatada, mas tão logo seja tirada deste mundo, aqui ficará uma igreja
apóstata, a qual satanás, através de seu agente humano, manipulará e preencherá
os anseios da humanidade que aspira uma unificação religiosa universal.
É muito importante sabermos que a formação dos partidos
surgidos em Corinto não veio pela vontade de Deus, mas pela manifestação
carnal, egocêntrica, para satisfação pessoal de cada um. Não é diferente nestes
dias, pois os homens hoje buscam seus interesses pessoais, na ganância pelo
poder, status e pelo dinheiro as denominações vão se dividindo e subdividindo
entre si. Enquanto estou preparando esse artigo, no início do mês de outubro de
2004, um irmão me informou que a denominação a que sua mãe pertence em
Paranavaí, se dividiu e já estão formalizando a documentação para a formação de
uma nova denominação.
A igreja que Cristo comprou com Seu sangue é comparada
a um corpo que tem somente Ele como Cabeça (Ef.1:20-23; 4:15-16; 5:23,29-30;
Cl.1:18), cuja sede é o Céu, onde Ele está. Certamente que todos vão concordar
que um corpo não pode ter duas cabeças, se tiver, algo estará muito errado.
Assim é com a igreja, ela não pode ter duas cabeças, uma no céu e outra na
terra.
COMO DEVERIA SER NOSSA POSTURA
Tendo conhecimento destas verdades, tínhamos que sentir
aversão e muita tristeza pelo princípio anti-Deus criado pelo homem e que
impera no mundo todo. Quanto aos irmãos em Cristo que estão nas denominações,
devemos ter por eles verdadeiro sentimento de amor profundo, pois foram também
comprados pelo precioso sangue de Cristo na Cruz, e muitos lá estão porque não
conhecem a Verdade, mesmo porque talvez não tenhamos falado a eles a esse
respeito.
Parece que ao invés de repudiarmos esse sistema
existente e esclarecermos os que lá estão, a fim de que saiam para fora desse
arraial (Hb.13:13), há muitos que estão estendendo as mãos às denominações,
trocando púlpitos e participando em seus seminários e institutos teológicos
como professores, ministrando ao lado de homens com títulos eclesiásticos,
fazendo trabalhos juntos, participando até de seus cultos ecumênicos, como se
tudo fosse normal.
Isto tem se tornado um apresamento para irmãos mais
simples, que têm verdadeiro anseio espiritual e até um chamado para servir ao
Senhor em tempo exclusivo, e logo querem ir para um instituto ou seminário,
para, como dizem, “se prepararem melhor”. Não há preparo mais eficaz do que o
seio da própria igreja local, quando moços e moças dispõem-se a trabalhar ao
lado de irmãos e irmãs envolvidos na igreja local, vão adquirindo maturidade
espiritual e recebendo diretamente do Senhor o preparo devido para servi-Lo.
QUAL É O “NOSSO” NOME?
Uma coisa que muito nos preocupa e vemos crescendo a
cada dia entre os irmãos, é a preocupação com o “nosso” nome, isto é, qual é
nossa identificação diante de um mundo, no sentido religioso, tão identificado
por diversas bandeiras?
Lembremo-nos de uma ilustração bíblica: No tempo dos
juízes a característica era o governo Teocrático, isto é, Deus governava Seu
povo através deles. Ele os levantava na medida da necessidade para um serviço
específico, em muitos casos era escolhido um exército improvisado sem armas,
até objetos estranhos, mas o mais importante é que sempre houve vitória. Porém,
não era assim nas nações vizinhas, todas tinham seus reis, seus exércitos, suas
armas, seus carros ferrados, logo o povo de Deus se sentiu diminuído com o seu
tipo de governo e pediram um rei (1Sm. 8:5-7).
OS PASTORES
Primeiramente
devemos entender sobre o termo pastor. O sentido primário deste termo está
ligado a alguém que cuida de rebanhos, em especial os ovinos, como é conhecido
desde o primeiro livro da Bíblia, tendo seu primeiro registro em Gênesis 4:2,
onde cita Abel como sendo pastor de ovelhas. Neste mesmo livro, há diversos
outros personagens que foram pastores de rebanhos, por exemplo Jacó. O termo no
feminino só aparece uma única vez em toda a Bíblia , em Gênesis 29:9, fazendo
referência à Raquel que pastoreava os rebanhos de seu pai.
Através
da Bíblia vemos este termo sendo usado de outras formas. O Salmo 80:1 faz
referência a Deus da seguinte forma: “Tu que és Pastor”, e logo nos vem
à mente o tão conhecido Salmo 23, onde Davi se coloca na condição de ovelha do
Senhor e expressa Seu cuidado para com ele dizendo: “O Senhor é o meu
pastor; nada me faltará”. Em Isaias 40:11, nosso Senhor Jesus é
profeticamente apresentado como Pastor do povo de Israel.
Deus
mesmo levantou homens como pastores para conduzir o Seu povo terreno sobre a
face da terra, como se acha escrito: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor
Deus, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e se tornaram pasto
para todas as feras do campo, por não haver pastor, e que os meus pastores não
procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as
minhas ovelhas” (Ez. 34:8). Como este versículo, há dezenas de outros em que Deus Se mostra
descontente e promete derramar Sua ira sobre tais pastores em Israel, que na
verdade não eram pastores, pois ostentavam para si a honra (título) de guias do
povo de Israel, sem contudo se identificarem com o rebanho, mas pastoreavam por
interesses escusos.
PASTORES NA IGREJA PRIMITIVA EM CONTRASTE COM O TEMPO
ATUAL
Na
igreja primitiva não havia nenhuma prática formal, não havia homens ostentando
títulos, dividindo o povo de Deus entre clero e leigo, mas, a exemplo da igreja
em Éfeso (At. 20), havia em cada igreja local um grupo de irmãos que
pastoreavam a igreja, chamados de anciãos, presbíteros ou bispos, constituídos
não por homens, mas pelo Espírito Santo (At. 20.28), e reconhecidos pela
igreja, sem formalidade, através das qualificações prescritas na Palavra de
Deus (1Tm. 3:1-7; Tt. 1:5-9) e pelo serviço que como servos prestavam à igreja
(1Ts. 5:2).
É
importante que notemos a pluralidade neste texto, pois nunca há qualquer
indicação de um único homem assumindo a liderança de uma igreja local. Mas,
durante o decorrer dos séculos, os homens deixaram o ensino e os exemplos genuinamente
bíblicos, e passaram a algo formal, cerimonial e complicado, sem terem nenhuma
autorização divina.
Nos
dias atuais, os termos bíblicos, como bispo, presbítero, ancião ou pastor, têm,
infelizmente, sido colocados como títulos profissionais de elevada e destacada
autoridade eclesiástica, porém quando a Bíblia faz referência a estes, é para
nos apresentar o caráter deles e serviço que prestam à igreja, em nenhum caso
se refere a título dignitário, status ou profissão.
Há
um paradoxo na cristandade atual, pois quem é “pastor de uma igreja” está em
posição superior aos presbíteros, entretanto não são assim os exemplos
bíblicos: (1) Em Atos 20:28, os bispos (anciãos) foram exortados
a pastorearem o rebanho de Deus; (2) Em João 21:15-17, o Senhor Jesus
mandou Pedro pastorear, mais tarde descobrimos que ele era presbítero
da igreja (1Pe. 5:1); (3) Em 1 Pedro 5:1, Pedro declara ser um presbítero entre
outros, em seguida falando aos presbíteros, ele os exorta a pastorear
o rebanho de Deus.
TEMOS OU NÃO PASTOR?
É
muito comum ouvir que “entre nós” não temos pastor. Isto é por faltar
entendimento da parte de quem fala e muitas vezes de quem ouve, pois concorda
com ele. Outros, porém, chegam até achar que um servo de Deus que dá tempo
integral à obra é o pastor daquela igreja local, ou ocupa tal posição. Tirando
da mente as idéias erradas, cada igreja local deve ter um grupo de irmãos,
variando de acordo com o tamanho numérico de cada uma, constituído pelo
Espírito Santo (presbitério) para pastorear.
Uma
igreja local não poderá funcionar bem se não houver nela homens com dom de
pastor, com profunda e estreita ligação com o rebanho. No tempo dos profetas,
Deus lamenta que os pastores de Israel estavam, na busca de seus próprios
interesses, descuidando do rebanho fazendo que este ficasse disperso como
ovelhas que não tem pastor.
Vivemos
dias semelhantes aos dos profetas, onde os presbíteros não vivem a vida diária
com o rebanho compartilhando seus problemas e ajudando na solução, em outras
palavras, não estão pastoreando devidamente o rebanho do Senhor, estão somente
na busca de seus interesses pessoais. Imaginem uma igreja local com um só
presbítero, o que é um erro gravíssimo, e este comparece somente nas reuniões
do domingo de manhã; não pensem que estou delirando, mas tenho me deparado com
esta situação algumas vezes.
DESVIO
Nosso
Senhor, sabedor de que os homens de todos os tempos gostam de projeções
pessoais e títulos, advertiu Seus discípulos nestes termos: “Amam o primeiro
lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas
praças e o serem chamados mestres pelos homens. Vós, porém, não sereis chamados
mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre
a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus.
Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior
dentre vós será vosso servo” (Mt. 23:6-11).
No versículo 7, o Senhor diz que os homens gostam de ser chamados por
títulos que os distinguem dos demais, mas o servo de Deus não deve
querer para si uma identificação que faça diferença entre os demais
irmãos (vv. 8,10), nunca deverá chamar alguém por um título eclesiástico
fazendo uma diferenciação entre o povo de Deus. Tais títulos somente servem
para engrandecer os homens e dividir o povo de Deus fazendo do clero uma classe
superior em relação aos demais na igreja. É lamentável ver homens ostentando
seus títulos eclesiásticos, como: papa, padre, bispo, pastor, reverendo etc,
diferenciando-se dos demais crentes, quando o ensino do Senhor Jesus foi claro
“vós todos sois irmãos” (Mt. 23:8).
Não
obstante a estes ensinos do Senhor, a cristandade generalizada está porfiando
na conquista de tais títulos e posições. Tristemente temos de admitir que está
havendo “entre nós” uma forte tendência de um “desvio” neste sentido, pois
alguns irmãos, “obreiros”, já estão sendo chamados e considerados pelos membros
de “sua igreja local”, como o pastor, mas o pior, é que alguns parecem que
estão apreciando este título que lhes está sendo atribuído, abrindo uma enorme
brecha para que em breve muitas outras igrejas locais abandonem a simplicidade
dos ensinos bíblicos para seguirem estes maus exemplos.
Vejam
que não faz muito tempo, um de nossos irmãos de Paranavaí, em uma de suas
viagens a serviço secular, esteve numa cidade onde há uma igreja que se
“identifica” com os princípios neo-testamentários e que normalmente é
reconhecida como sendo uma das “nossas”. Em seu desejo de comunhão ele a
procurou e voltou decepcionado, concluindo que não havia nela nenhuma diferença
com qualquer grupo denominacional tradicional. Começou com as irmãs não usando
o véu e tendo uma participação ativa e pública na reunião; em seguida houve um
verdadeiro show artístico com músicas e coreografias; para piorar um pouco mais
o quadro, o “obreiro” foi naturalmente chamado de pastor, cujo título parece
lhe fazer muito bem!
Ao
ter conhecimento disso, perguntei-me: Desse jeito, onde vamos parar? Amados,
continuo indagando: Do jeito que as coisas vão indo, onde vamos parar? O desvio
dos princípios genuinamente bíblicos, “entre nós”, está aumentando
assustadoramente, as verdades estão sendo esquecidas e abandonadas com rapidez
inacreditável, e o formalismo está ocupando o lugar da simplicidade. Hoje, se quisermos
ver um real avivamento nas igrejas locais, precisamos de uma volta aos genuínos
princípios bíblicos, do contrário, muito em breve, nas próximas gerações,
seremos como qualquer denominação tradicional.
O DOM DE PASTOR
Na
cristandade generalizada, é normal os homens serem chamados pelo título
profissional de pastor. O homem aprecia um título eclesiástico que o faça
parecer mais do que os outros irmãos, sendo que o mais comum entre os
evangélicos é o de “pastor”, que o coloca como o “líder” máximo na igreja, e é
muito comum ouvirmos frases como “eu sou o pastor da igreja local”, ou “esse é
o nosso pastor.
Em
Efésios 4:7-14, aparece uma lista com cinco dons: apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres. O que se destaca nesta lista são os dons
pessoais, dados à igreja, como bênção para o desempenho do ministério e
aperfeiçoamento da mesma. Encontramos um exemplo disto em Números 18.6, quando
os levitas foram dados como dádivas (dons) a Israel para o ministério (RC).
Portanto, pastor é um dom dado pelo Senhor Jesus à igreja, não se trata de algo
que se aprende nos seminários (oficinas teológicas). Ninguém poderá fabricar um
homem com sincero sentimento de pastor, isso é algo impossível aos homens. É
nosso Senhor Jesus que concede à igreja “uns para pastores” com os
seguintes propósitos (v. 12): (1) “para o aperfeiçoamento dos santos” (a
igreja). Deus quer crentes aperfeiçoados na fé; (2) “para o desempenho de
seu serviço”. Ele deseja a expansão de Sua Obra na terra; (3) “para a
edificação do corpo de Cristo” (a igreja). Deus quer Seu povo arraigado,
fundamentado na verdade, conforme o versículo 14 “para que não mais sejamos
como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento
de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro”.
Homem
nenhum deve ser chamado pelo título de pastor e nem devemos assim chamá-los,
cabendo esta singularidade somente ao Senhor Jesus, Ele sim é o Pastor e Bispo
por excelência, incomparável, e singular: (1) O bom Pastor (Jo. 10:11,14); (2) O grande Pastor (Hb.
13:20); (3) O Pastor e Bispo (1 Pe. 2:25); (4) O Supremo Pastor (1 Pe. 5:4).
Nosso Senhor Jesus é assim descrito, pelo fato dEle cuidar da Sua Igreja (Jo.
10:11-14). Com segurança podemos dizer “o Senhor é o meu Pastor e nada me
faltará” (Sl. 23:1).
UM CONTRASTE
Há
um contraste existente entre a pratica atual, no oficialismo religioso
reconhecido no mundo, com o que o Senhor Jesus tem ensinado (Mt. 20:24-28;
23.8; Mc.10:42-45; Lc. 22:24-26). Devemos notar que o maior não é reconhecido
por um título, ou uma posição de destaque, que exerce entre os demais irmãos,
fazendo o serviço em troca de altos salários, figuradamente comendo a carne do
rebanho, mas sim quando ele se coloca na posição de escravo, e nesta posição
humilde, serve engrandecendo a pessoa do Senhor Jesus como aconteceu com João
Batista
Quando
os discípulos de João estavam achando que ele estava em desvantagem em relação ao Senhor Jesus ,
ele lhes disse: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo. 3.30).
Temos em
nosso Senhor Jesus Cristo o supremo exemplo de servo
(literalmente escravo), “que não veio para ser servido, mas para servir”
Não
é assim entre os profissionais eclesiásticos, como a poucos dias atrás, um
irmão que pertence a uma denominação me confidenciou que na “sua igreja” o
“pastor” ganha vinte e um salários mínimos livre de tudo, inclusive, segundo
ele, seu pastor não quis morar na casa “pastoral” e exigiu uma casa cujo
aluguel ultrapassa algumas centenas de reais mensais e em cada inicio de ano
ele recebe de presente um carro novo da sua escolha
Este
não se trata de um caso isolado, mas conheço um outro que foi para Loanda (PR),
no mesmo tempo em que estávamos iniciando a igreja ali esse “pastor” mudou-se
para lá para dar inicio a sua “igreja”, e nos foi contado que o presidente da
denominação a que ele pertence garantiu-lhe três meses de sustento total,
incluindo o aluguel da sala para as reuniões. Segundo ele, dentro deste prazo,
ele deveria conseguir arrebanhar pessoas suficientes para sustentá-lo, pagar
todas as despesas da igreja e enviar para a sede 20% do total bruto dos dízimos
e ofertas que mensalmente arrecadam
É
claro que estes exemplos, com algumas variações, é o retrato do mundo
“evangélico” neste tempo, pois, como no tempo dos profetas Jeremias e Ezequiel,
homens ostentam seus títulos profissionais e estão vivendo em seus deleites ás
custas da ignorância alheia, sem ao menos se importarem com a salvação destes.
Finalizando,
que Deus em sua graça nos livre de cairmos nesta cilada, e adotarmos os
costumes e idéias das denominações, antes, pelo contrário, ouçamos a voz do
Espírito Santo dizendo-nos: “retirai-vos delas, povo meu, para não ser cúmplices
em seu pecados, e para não participados de seus flagelos” (Ap. 18:4).
Severo
M. de Oliveira
Paranavaí – PR
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