segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Jugo Desigual

O JUGO DESIGUAL

Leitura 2ª Corintios 6.14 - 16

 Gostaria de tratar este assunto com muito cuidado, no propósito de ajudar os irmãos que não estão absolutamente pensando em comprometerem-se em     jugo desigual, mas, principalmente visando àqueles que estão comprometendo-se, a fim de que sejam levados a uma reflexão, e enquanto há a oportunidade mudem de opinião e se entreguem à vontade Soberana de Deus.
A palavra “jugo” no tempo moderno é quase desconhecida, mas nos tempos antigos se tratava de algo comum. O termo “jugo” tem duplo significado, sendo figuradamente no sentido de Submissão, opressão e autoridade, tem também o sentido de canga com que se jungem certos animais para determinados serviços, logo se trata do trelamento de dois animais pelo pescoço, de maneira que um não pode ir para qualquer direção ou parar sem o outro, o propósito do jugo é para manter os dois animais bem perto um do outro e unidos de força trabalharem juntos.
Por muitas vezes Deus no VT, usou o termo figuradamente. Ele falou que Esaú serviria a seu irmão Isaque (Gênesis.27.40), também que se o povo Israel não cumprisse as leis e os estatutos que Ele lhes havia ordenado, sofreriam maldições, dentre as quais seriam oprimidos sob um jugo (Deuteronômio.28.15, 47-48). Na lei, Deus determinou que não se lavrassem com junta de boi e jumento (Deuteronômio.22.10).
Os líderes religiosos em Israel haviam posto sobre as pessoas a imposição de um jugo pesado, o povo se achava cansado de tanto formalismo religioso e sobrecarregado por tanta imposição de regras religiosas, sem contudo estas lhe trazerem o descanso. Quando o Senhor Jesus esteve aqui no mundo Ele convidou as pessoas: “ Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt.11.28 - 30). Havia um contraste grande entre o jugo e o fardo do Senhor Jesus, com os dos líderes religiosos.
Em 2ª Coríntios 6.14 - 16,  o apóstolo Paulo está tratando especificamente de um comprometimento desigualado entre uma pessoa crente com outra descrente, isto está claro pelo termo que usa depois de declarar “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos ...”, logo em seguida ele faz cinco perguntas cujas respostas têm como objetivo levar a cada crente a refletir quanto à seriedade de se porem em jugo desigual com os descrentes:
1- “que sociedade tem a justiça com a injustiça?”  Um crente justificado unindo-se em comprometimento com o injustificado, não há sociedade nenhuma.
2- “que comunhão tem a luz com as trevas?”  O crente é luz e está na Luz, o incrédulo está nas trevas e ele mesmo é trevas, portando na presença da luz as trevas têm de dissipar não havendo nada de comunhão.
3- “Que harmonia há entre Cristo e Belial?”  Cristo é divino, portanto de caráter digno e bondoso, já Belial é completamente o oposto, não havendo a menor harmonia, da mesma forma é impossível haver harmonia entre um crente com um descrente.
4- “que parte tem o crente com o incrédulo?” Mesmo hoje, o descrente não goza das bênçãos e dos gozos que o crente já desfruta, e no futuro os destinos são opostos, tendo o crente o céu por herança eterna, o descrente o inferno por destino eterno, não havendo parte entre um e outro na presente vida nem na eternidade.
5-“ que consenso tem o santuário de Deus com ídolos?” No santuário de Deus, com certeza Ele habita, não havendo nenhum consentimento da presença de um ídolo porque Deus é Soberano criador e Santo e o ídolo é meramente a expressão visível da imaginação humana e incrédula, inspirada pelo Diabo inimigo de Deus. Assim da mesma forma não há consenso em uma pessoa crente juntar-se em jugo com o descrente.
Quando Paulo exorta aos crentes a não se colocarem em jugo desigual, ele tem em mente uma associação, ou seja uma união comprometedora entre um crente e um descrente. Jugo desigual não abrange exclusivamente o aspecto matrimonial, mas também comercial, social, e espiritual os quais a seguir estaremos tratando resumidamente.
Jugo desigual na área comercial: Em certas ocasiões bem pode um crente querer tocar “seu próprio negócio”, mas suas condições financeiras não dá e ele pensa em arranjar um sócio, ou às vezes surgem convites por parte de alguém para uma sociedade. O crente poderá se juntar a outro em sociedade, e isso está dentro dos padrões permissíveis pela ética cristã. Mas se o pretendente à sociedade for descrente, o irmão ou irmã deve lembrar que tal sociedade não tem a aprovação de Deus, e mais cedo ou mais tarde acabará trazendo com certeza duras conseqüências, e todos devemos nos lembrar disso.
Jugo desigual na área social: Há certas sociedades que podem fazer parte da vida social e que são prejudicial ao verdadeiro cristão, tal como um crente se filiar a Maçonaria que é uma sociedade secreta com muitos mistérios que ninguém saberá até estar dentro, e isso não lhe será revelado até que tal associado tenha alcançado um grau superior, e quando ele descobrir já será tarde. Há bem poucos anos em nossa região faleceu um Maçom, e como um irmão trabalhava para um membro da Maçonaria, a título de curiosidade fomos ao velório que estava no templo Maçom. O homem amigo nosso, começou a nos explicar algumas coisas dizendo de início que em toda reunião se lê a bíblia, a seguir foi nos mostrando certos símbolos e significados até que ele disse: “Até aqui posso lhes falar, daqui para frente não posso”. Além da Maçonaria citada existem outras como Rotary, Lions, associações de bairro, filiação a partidos políticos, etc., que um verdadeiro cristão não deve se envolver, pois no presente parece tudo muito bom e bonito, porém mais tarde, sem dúvidas, trará amargura.
Jugo desigual na área espiritual: Existe um mal que está se alastrando assustadoramente que se chama “ecumenismo”, que aparentemente a princípio se trata de algo inocente, bonito, bom e até  bíblico, quando citam as palavras do Senhor Jesus em João 17.21 “a fim de que todos sejam um;...”, citam-nas erradamente, pois aqui O Senhor está falando de verdadeiros salvos, e não meramente de pessoas religiosas. Vejo duas formas de “ecumenismo”: Primeiro o “ecumenismo radical”, àquele dominado pelo catolicismo romano, que em seus “cultos” assim chamados (o que é comum em formaturas, inaugurações, etc.), há no mesmo púlpito a participação de padres católicos, pastores evangélicos, líderes espíritas, líderes da LBV, etc. Esse tipo de “ecumenismo”  tenta governar o mundo religioso, o próprio significado da palavra “ecumênico” dá a idéia de ajuntamento universal, e isto é nada menos do que o preparo para num futuro próximo após o arrebatamento da igreja verdadeira, onde haverá a formação de uma igreja universal sob o comando de um só líder, vide Ap. 13.11 a 18. Segundo trata-se de um “ecumenismo parcial, restrito, sectário”, este á aquele que visa à união só dos “evangélicos”. Quantos hoje estão aceitando uma associação destas igrejas, realizando certos trabalhos em conjunto, como recentemente no chamado dia da bíblia. Em Paranavaí por exemplo uniram-se “os evangélicos” para uma passeata, e como me disse um “pastor”: “Temos de mostrar nossa força evangélica...”.
Há também união para trazer às cidades cantores e ex-artistas que dizem terem se convertido, e cobram alto cachê, deve haver uma união para conseguir pagar tais artistas; outros deixam de estar na reunião da igreja da qual é membro e vão assistir em uma denominação; alguns trocam de púlpito, “hoje o pastor prega aqui, amanhã eu lá”. O pior é que poucos estão apercebidos da artimanha satânica por trás disso. Deus quer que Seu povo esteja unido, porém em jugo desigual Ele dispensa.


Jugo desigual na área matrimonial: Parece que este assunto é só para jovens, mas não é, é para todos (há tantos de cabeça branca que enviúvam e se casam em jugo desigual e se arrependem), porém os jovens são os mais visados. É normal os jovens quererem se casar, há no entanto uma diferença entre o jovem cristão e o não cristão, pois este diz: “se não der certo a gente se larga”, mas o cristão sabe que o casamento é indissolúvel enquanto vivem os dois. A palavra de Deus é muito clara quando diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos ...” (2ª Co.6.14), não precisava acrescentarmos nada mais se não fosse o “mundo” de argumentos que muitos jovens nos apresentam, para que “nós” concordemos com eles, como se fosse nós quem ordenamos: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos ...”. Vamos a seguir considerar três dos principais argumentos:
1- “Você não conhece ele (a), ele (a) é melhor do que muitos crentes...”, concordamos que isso possa ser verdade, mas não anula o mandamento: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos ...”.
2- “Ele (a) gosta muito de ir à reunião da igreja, e assim eu posso ganhá-lo (a) para Cristo. Há anos ouvi o seguinte: Certa moça namorava um moço descrente, e pediu a certo pregador para que ele orasse pelo seu casamento, e para que ela pudesse ganhá-lo para Cristo. “Não posso”, disse o pregador, “pois a palavra de Deus diz não”, e continuou, “a próxima vez que seu namorado vir à sua casa, suba numa cadeira e tente puxá-lo para cima”, ao que ela disse: “eu não consigo, pois ele tem mais força do que eu”. Então o pregador concluiu: “é exatamente isso que vai acontecer, se você se casar com ele, você será puxada para baixo haverá decadência em sua vida espiritual, em vez de você conseguir levá-lo a Cristo por meio do jugo desigual, ele te levará para longe dos caminhos de Cristo”.
3- “Não tem em nossa igreja ninguém, para que eu possa namorar e me casar”. Cremos que também este argumento é sem base, pois o crente deve entregar o seu caminho e seus cuidados ao Senhor e Ele cuidará (Salmos.37.5; 1ª Pedro 5.7). Se é da vontade de Deus que o crente se case, Ele haverá de providenciar a pessoa certa.
Até agora tivemos pensando no jugo desigual entre um crente e um descrente. A seguir desejamos ir um pouco mais além, notando que o jugo será desigual quando alguém crente de uma igreja local se une em jugo com outra pessoa crente de uma denominação, e mais, pode até mesmo ser um jugo desigual dentro da mesma igreja local, e isto em todos os sentidos já considerados, comercial, social, espiritual e matrimonial . Não será muito difícil qualquer crente perceber essa grande verdade, mas para ilustrar vamos recorrer a dois exemplos no VT. Primeiro - (Deuteronômio.22.10) “Não lavrarás com junta de boi e jumento”. Deus determinou que não se lavrassem com junta de boi e jumento, ainda que ambos eram animais comumente usados para serviço pesado, o motivo de Deus assim exigir é muito óbvio pois o boi é animal de estatura maior, de mais forças e de passos mais lento que o jumento, não adianta por jugo sobre estes que não dará certo. Se uma pessoa crente se põe em com alguém também crente de uma denominação, há uma grande porcentagem de que mais tarde vão ter problemas. Quando se trata no aspecto conjugal, o assunto é muito mais sério, pois é quase que inevitável que o casal tenham filhos, e mais tarde o pai vai para uma igreja e a mãe para a outra ficando as crianças sem saber para onde ir, e às vezes os pais tem de perguntar: “você hoje quer ir à da mamãe, ou na do papai ?”, e a pobre criança tem de decidir uma difícil questão que ela mesma não tem culpa, e se pensarmos nas diferenças doutrinárias surgidas entre o próprio casal que muitas vezes poderão ser levadas a discussão ? Não é um caso e outro isolado que conhecemos de crentes que se casaram em jugo desigual neste sentido, e hoje o casal vive sem uma boa comunhão por causa de divergências doutrinárias, e os filhos estão entregues ao mundo, e dizem: “não quero nem saber de igreja, lá em casa é uma confusão, meu pai fala uma coisa e minha mãe outra”. Também não deixa de ser igualmente séria a questão de um comprometimento desigualado entre pessoas da mesma igreja local, quando alguém é espiritual e mostra amor e dedicação à causa de Deus, e se casa com outro indiferente, mais tarde um quer ir à reunião, ou fazer um serviço na obra do Senhor, e o outro quer ou ficar em casa, talvez vendo televisão, ou passear. Sem dúvidas haverá choque entre os dois e o que era espiritual muitas vezes terá de ceder ao carnal para não haver uma complicação maior no futuro. Segundo: (Números. 36. 1- 10 favor ler este trecho). Zelofeade era descendente de Manassés e morreu no deserto deixando cinco filhas e nenhum filho. Deus ordenou que desse a elas possessão entre os da tribo de manassés. Nisso os descendente de Manassés argüiram que se elas se casassem com moços de outras tribos de Israel, a herança delas, e conseqüentemente da tribo de Manassés diminuiria, e a tribo a quem o marido pertencesse aumentaria. Em palavras simples isto quer dizer que havendo mistura de casamento, ainda que fosse entre o mesmo povo de Israel, o prejuízo seria inevitável, e Moisés entendeu e disse: “6 Isto é o que o Senhor ordenou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Casem com quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai. 7 Assim a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo, pois os filhos de Israel se apegarão cada um a herança da tribo de seus pais. 8 E toda filha que possuir herança em qualquer tribo dos filhos de Israel se casará com alguém da família da tribo de seu pai, para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de seus pais. 9 Assim nenhuma herança passará de uma tribo a outra, pois as tribos dos filhos de Israel se apegarão cada uma à sua herança”.  Este ensino se adapta para hoje, visto que se um moço ou moça venha a se casar com alguém de uma outra igreja, o prejuízo em diminuição será inevitável. O Senhor não quer mistura, pois o casamento poderá ser uma bênção ou uma tragédia se não for o cônjuge certo que Deus, e não você, escolheu.
Finalmente, creio que ninguém poderá tratar tal assunto com menosprezo, visto que  “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas.6.7),  e “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus.10.31). Prezado irmão e irmã, se Deus estabeleceu uma ordem Ele sabe a razão porquê, e não será necessário perguntarmos nada, é somente obedecermos, e a obediência trará somente bênçãos e a desobediência trará somente duras conseqüências, como certo irmão pregando disse: “toda desobediência terá seu justo castigo, e às vezes este é tão duro que não vale a pena desobedecer”.

Severo Miguel de Oliveira
25 de fevereiro de 1998

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Severo Miguel de Oliveira
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